O número de peregrinos no caminho chegou a 350 mil em 2019, enquanto ao fim deste mês, férias na Europa, forma apenas 9.752. (Unsplash/Damien DUFOUR Photographie)
Todos a postos, se perguntando quando vamos ao Caminho né.
As estatísticas, reveladas esta semana pelo Escritório do Peregrino em Santiago de Compostela, revelam um cenário ainda mais negativo do que era esperado: o número de peregrinos que fizeram o Caminho de Santiago no passado mês de julho correspondeu a cerca de cinco vezes menos que o habitual.
De acordo com dados publicados pelo site Cath.ch, desde que o Caminho reabriu, a 1º de julho, até ao final do mês, chegaram a Santiago 9.752 peregrinos. Destes, 7.859 eram espanhóis. Entre os estrangeiros, os alemães são os primeiros da lista (336 peregrinos), seguidos de muito perto pelos italianos (321) e pelos portugueses (303). Da França, houve 161. Chegaram também a Santiago alguns peregrinos de fora da Europa: 43 estadunidenses e 34 argentinos.
Estes números correspondem a menos de um quinto dos registados nos anos anteriores: em 2019, Santiago tinha recebido, só no mês de julho, 53.319 peregrinos. No ano anterior, tinham sido contabilizados 50.867.
Depois de três meses oficialmente encerrado devido à pandemia de Covid-19, o Caminho (com as suas diversas rotas) tem vindo a reabrir gradualmente. As fronteiras espanholas permitiram a entrada de estrangeiros a partir de 21 de junho, a Catedral de Santiago de Compostela e o Escritório do Peregrino (que emite as credenciais que certificam o caminho percorrido) abriram as suas portas a 1º de julho, mas continuam a existir muitas limitações para quem pretenda planejar uma peregrinação a Santiago.
Neste momento, estima-se que apenas 70% dos albergues estejam funcionando, e todos eles com restrições em termos de número de camas e serviços disponíveis. De acordo com as novas regras de higiene impostas pela pandemia, ainda não é possível, por exemplo, cozinhar e partilhar refeições nestes espaços.
Também as ligações aéreas continuam fortemente reduzidas e há países, como a Suíça, colocando a Espanha em sua "lista negra", obrigando quem regressa de lá a permanecer em quarentena.
O Escritório do Peregrino tinha previsto um progressivo retorno à normalidade ao longo do verão europeu, mas já concluiu que não será certamente o caso. Depois dos recordes batidos nos últimos anos, com o Caminho de Santiago ultrapassando os 300 mil peregrinos em 2017, os 327 mil em 2018 e atingindo a marca dos 350 mil em 2019, o ano de 2020 está em clara desvantagem.
Ultreya!
Commentaires