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  • Foto do escritorassociacao santiago

A última cidade fantasma do Caminho Francês.


Descobrir a história dos locais que você pisa é parte de estar no Caminho de Santiago. Não faça só kilometros! Viva o Caminho! As fotos em ordem cronológica estão na galeria no fim da página.


Sabia que existe uma cidade que , depois de praticamente desaparecer, reviveu com o Caminho? Na galeria abaixo, fotos da época da cidade viva, depois abandonada e o reviver atual com o Caminho Francês consolidado novamente.


Poucos kilómetros antes da Cruz de Ferro, a cidade de Foncebadón era já considerada pelo governo e mencionada nos guias como uma cidade fantasma.



Todas as construções estavam desmoronadas. Passar por Foncebadón era experimentar um frio na espinha. Ainda mais quando a névoa tomava conta da rota entre as ruínas.



Maria , protegendo os sinos de Foncebadón na visita do bispado de Astorga á cidade.


Na cidade, viviam María e seu filho Gelo, que ali tinham algumas ovelhas.Quem cruzava com um dele ou ambos, encontrava-os de cara fechada, percebendo uma tensão e a vontade do peregrino era de se afastar da cidade. Bem, isso era real. É uma história bem real da cidade.


Há 20 anos cruzei com o filho Gelo, empurrando uma carriola, cara fechada. Zero palavras. Eu não sabia quem era. E me pus a sair o mais rápido de lá. Névoa. Luz baixa. Mexia com qualquer um tentar falar com uma pessoa e ela não levantar a cabeça, ainda mais na atmosfera de ruínas de lá.Hoje lembrando sei que tive uma oportunidade de ver a história passando por mim.



Em junho, faleceu a guardiã dos sinos de Foncebadón... aos 97 anos. Mas que história é esta?


Corria o ano de 1993 quando o bispado de Astorga anunciou que iria baixar os sinos da torre, Maria os recebeu com pedras e um aviso: "Não levarão os sinos desta cidade" Quando a comitiva chegou ao povoado, foi recebida com surpresa, dona María os recebeu com pedras, subiu na torre, e com um aviso claro: "Não vão tirar os sinos deste povoado" e explicou os motivos para isso. , aliás. , cheio de razão: "Aqui não temos telefone nem quase nada, se a cidade pegar fogo ou acontecer alguma coisa com a gente, como vamos avisar as cidades vizinhas do nosso problema?" Essa era a importância real dos sinos para mãe e filho.

E embora pareça que a atitude determinada da mulher foi mais do que razão pelas quais a comitiva saiu como chegou, ainda que tenham feito algumas tentativas vãs de convencer aquela mulher que tinha então cerca de 63 ou 64 anos. E havia os sinos. A partir desse momento, María tornou-se "a defensora dos sinos de Foncebadón" porque a notícia teve grande repercussão. Talvez por isso María tenha sido associada a um certo personagem ranzinza que nada tem a ver com a realidade.

María era de Cabreiresa e em sua cidade, Ambasguas de Cabrera, foi enterrada depois de falecer em 18 de julho. Os testemunhos de seus vizinhos deixam bem claro o caráter bondoso da falecida, aos 97 anos. "María era uma pessoa muito boa e muito prestativa", explicou Carmina Argüello e muitos outros recordaram como foram bem recebidos em casa pelo simples fato de serem de Cabreiresa, como a própria Maria, a defensora dos sinos.


Hoje, Foncebadón floresceu novamente. Albergues e locais de parada para refeição tornaram a cidade um aconchegante ponto de parada. Tudo sendo reconstruído com as pedras locais, mantendo o ambiente medieval que os peregrinos tanto gostam!


Nas épocas mais frias, é possível sentir a quietude e quase ver parte da antiga Foncebadón mostrar a face do silêncio vivido por tantos anos.


Veja as fotos, a sequência de vida da cidade. Nos anos 60, depois abandonada e o florescer ! E a neve na cidade lembrando os tempos de quietude.









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